Os antecedentes
No período de 1929 a 1930, o Brasil era um país excencialmente agrícola e dependente exclusivamente de suas exportações de café. Havia nessa época uma forma especial de comércio do produto. Os países importadores, forneciam verbas, as quais eram depositadas em bancos, influenciando aos grandes fazendeiros da época, produtores de café a aumentar gradativamente suas produções, as quais por sua vez, eram estocadas em grandes armazéns e garantiam os depósitos financeiros.
Com a crise dos países industrializados, principalmente os Estados Unidos, um dos nosso maiores importadores, a situação do Brasil começou a ficar insustentável, pois uma das primeiras medidas tomadas por aquela nação foi a extinção dos depósitos bancários prévios. Com isso nossa agricultura começou a sofrer uma série de restrições e consequentemente o café a perder mercado em todo o mundo e nossa balança comercial a sofrer uma queda considerável, prejudicando assim nossas importações, uma vez que quase tudo era importado.
Os primeiros a reclamar e se colocarem contra a forma de administração de nosso governo foram os cafeicultores, pois na época eram os mais prejudicados, sendo que haviam investido fortunas em suas propriedades e agora as viam, muito deles, obrigados a se declararem falidos.
Muitos dos fazendeiros da época, perderam tudo o que tinham sendo que ficaram na miséria, não tendo muitas vezes o que comer.
Acontece que não só esses elementos passavam por terríveis provações, o povo por sua vez padecia seriamente com as restrições do mercado interno. Eram filas para comprar pão e leite, carne e outras mercadorias da base alimentar brasileira.
Nesse espaço de tempo, já se tramava nos quartéis brasileiros, uma revolução. Eram os tenentes do nosso exército que estavam estudando uma forma de derrubar o governo de Washington Luiz e que tantos problemas causava ao país.
Nessa época a política nacional fervilhava e diversas facções foram formadas, de um lado dando apoio a Getúlio Vargas e João Pessoa e de outro Washington Luiz que pretendia apoiar um paulista Julio Prestes, para que fosse eleito e continuasse com sua administração econômico-financeira.
Minas Gerais e o Rio Grande do Sul firmaram um pacto secreto de apoio a Getúlio Vargas e em seguida tentavam obter a adesão de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro.
Nas eleições de 1º de março de 1930, Getúlio Vargas foi derrotado nas urnas e os candidatos mineiros e paraibanos foram "degolados" não sendo reconhecida sua eleição. Diante destes fatos os políticos e tenentes retomaram e intensificaram os entendimentos.
No dia 26 de julho, na cidade de Recife, João Pessoa foi assassinado por João Dantas, este crime influiu basicamente para a eclosão do movimento em outubro de 1930.
Fonte: A epopéia paulista. 1982.
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