Soldados e civis, os quais se apresentavam como voluntários, eram enquadrados em batalhões e marchavam para as frentes de batalha. As divisas de nosso Estado, foram quase que totalmente cobertas por nossos soldados.
A região em que os combates foram de maior frequência e por sua vez mais sanguinários, foram as do Vale do Paraíba e divisa com o Paraná, por se tratarem de regiões quase que diretamente ligadas ao Rio de Janeiro, sede do Governo.
O Coronel Euclides Figueiredo, tomou o comando das tropas do Vale do Paraíba e em seu livro Contribuição para a História da Revolução Constitucionalista de 1932, descreve minuciosamente os combates realizados nessa região.
Na divisa do estado com o Paraná, principalmente nas cidades de Itararé e Itapeva foram travadas lutas cruentas.
Nas divisas com o sul de Minas Gerais, os revolucionários sustentavam galhardamente a luta.
É preciso neste ponto esclarecermos que antes do início da Revolução, tinham havido contatos com as forças governamentais dos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro principalmente e com todos os demais estados brasileiros para que se fizessem presentes nesse movimento, na hora da revolução, somente o estado de Mato Grosso se fez presente através de tropas e do General Bertoldo Klinger.
Após aproximadamente 90 dias de luta encarniçada, os nossos soldados sustentavam fogo com os inimigos de qualquer forma que fosse possível, cita-se o fato de que não havendo munição para as armas, alguns soldados usavam "matracas" para imitar o estampido de uma bala e fazer com que o inimigo pensasse que estavam municiados.
Todas as tropas legalistas foram reforçadas com tropas vindas de outras regiões e que assim engrossavam o contigente, no mar a Marinha de Guerra bloqueou os nossos portos, fazendo com que a população começasse a passar por necessidades e no ar os famosos aeroplanos "Vermelhinhos" fustigavam nossos defensores de forma mais brutal, metralhando não só os soldados, mas também a população indefesa.
No entanto, todos os paulistas proclamavam a vitória do movimento, nenhum se deixava abater por mais trágica que fosse a notícia. Desde a eclosão do movimento até seu final, só a palavra vitória era o lema dos paulistas.
Em meados de agosto de 1932 a situação já se tornara crítica e no dia 2 de outubro foi assinada em Cruzeiro, no Vale do Paraíba, a Convenção Militar, pela qual cessavam as hostilidades, e que obrigavam a Força Pública a recuar de suas posições estabelecidas e manter a ordem e tranquilidade no Estado de São Paulo.
Os jornais e rádios noticiaram o armistício sem no entanto mencionar a derrota. Nesta época falou-se até mesmo da "vitória moral da Revolução".
Ibraim Nobre entusiasta dizia: "Vencidos não! Traídos!... Traídos, vendidos, entregues, ludibriados! Tudo! Menos vencido!"
Nessa época houve fugas, prisões e exílios.
Fonte: A Epopéia Paulista. 1982.
Nenhum comentário:
Postar um comentário