terça-feira, 23 de julho de 2013

Batalha no Bairro Entre Montes, Pedreira

... Mandámos os choferes tocarem os caminhões. E escorregávamos, sob o barulho dos freios, custando a dominarem os veículos. A fortuna socorreu-nos. Ocupamos sem incidente algum a grande usina e ponte. Verificámos logo que esta não requeria destruição. Aquém da usina, precisava, ao contrário, de defeza. Apresentava-se, pois, istante marinhar pela serra fronteira do Amparo e destruir, lá em cima, trêchos de seus caminhos. Atirámo-nos á tarefa após ligeiro reconhecimento até Três Montes, na direção de Pedreira, onde fizemos ligação com uma patrulha da tropa dessa localidade, comandada pelos majores Antonio Cajado de Lemos e José F. dos Santos, vindos de Mato Grosso. Consistiu nossa acção em desmanchar atêrros e pontilhões, abatendo sôbre outros trêchos de caminhos troncos de pesadas árvores. De tarde, acabávamos as obstruções. O engenheiro Mário Leite e o Snr. Edgard Alves permaneceram na região, investidos por nós do comando da praça... Prudente voltou em seguida para Morungaba, já ocupada por outra fracção de nosso grupo. Eu dirigi-me para Campinas, afim de comunicar ao "Q.G" o resultado da nossa missão e pedir outras instruções.
Não achei em Campinas pessoa com quem pudesse entender-me. O Cor. Paiva fôra a Jaguari, em companhia de Herculano e Vilabela. Parti para Jaguari. Já haviam os três comandantes tornado para Campinas. Comandava o sector o Cor. Lejeune, auxiliado pelo Cap. José Silva, já major. Achei-os animados. Iam tentar uma contra-ofensiva. Apezar do desastre em Amparo, contavam com triunfo compensador, dentro em 48 horas. Autorizaram-me a cortar a luz e energia eléctrica para o Amparo. Dali mesmo, telefonei para Mário Leite, transmitindo-lhe a ordem.

Fonte: LEITE, Aureliano. Martírio e Glória de São Paulo. 1934. p. 298.

Nenhum comentário:

Postar um comentário