Após todos estes acontecimentos, e já instalados no governo, Getúlio Vargas, demorava para estabelecer uma nova Constituição para o país. Isso gerava descontentamento nas hostes políticas brasileiras. Nas capitais dos estados eram comuns os comícios em prol de uma nova Constituição.
Em São Paulo, havia muito tempo em que, principalmente a classe estudantil, notadamente os universitários da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, os quais faziam estrondosas manifestações em prol da Constituição.
Dentre os muitos comícios, o do dia 23 de maio marcou tragicamente o início da Revolução. Um grupo de estudantes, após efetuarem um comício inflamado, conseguem levar até ao Palácio dos Campos Elíseos, uma verdadeira massa humana, a qual aclama o governador Pedro de Toledo, o qual por sua vez, renova o secretariado. Ouvem-se as vozes de diversos oradores, principalmente Hibraim Nobre, o arauto dos paulistas, de volta à cidade e espalhando-se entre os populares, com faixas onde se liam "Tudo pelo Brasil", num desmentido claro de que o movimento paulista continha ideias separatistas, deu-se o primeiro derramamento de sangue.
Um grupo de manifestantes, portando armas leves, resolveram dirigir-se à sede do Partido Populista Paulista aproximadamente às 22 horas. Este partido era chefiado por Miguel Costa, o qual era ferrenho defensor da ditadura getulina.
Foi uma investida audaciosa deste pessoal, uma vez que os "legionários miguelistas", possuíam inclusive fuzis e metralhadoras, ouve tiroteio, tendo se prolongado até às 4 horas da manhã. No final apurou-se a existência de mortos na Praça da República, sendo eles, Euclides Bueno Miragaia, Antonio de Camargo Andrade, Mario Martins de Almeida, Orlando Oliveira Alvarenga e Drausio Marcondes de Souza (de apenas 14 anos de idade). Essas vítimas, serviram para alertar a nossa população e fazer com que se revoltassem, e, usando dos nomes dessas vítimas criaram a sigla MMDC (Miragaia, Martins, Drausio e Camargo), entidade que, antes e depois do movimento de 1932, passou a ser o órgão representativo de todo o revolucionário.
O movimento continuava, foram empastelados os jornais "A Razão", de Oswaldo Aranha e "Correio da Tarde" de Miguel Costa, outras violentas manifestações ocasionavam perigos para a população, principalmente a temida cavalaria da Força Pública.
Finalmente é deflagrada a Revolução oficialmente, cabendo o comando inicialmente ao Coronel Euclides Figueiredo e posteriormente ao General Klinger, vindo do Mato Grosso.
Fonte: A Epopéia Paulista. 1982.
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