Pedro de Toledo
Ausente por muitos anos da vida política do Estado, equidistante dos partidos, o ex-embaixador Pedro de Toledo, nomeado interventor em São Paulo, julgava-se no dever de conciliar os paulistas com a Ditadura.
Por isso, foi mantido inteiramente à margem da conspiração constitucionalista e só soube da Revolução, naquele 9 de julho, quando as tropas já estavam nas ruas. Por lealdade ao Governo Provisório, que o colocara no cargo, pensou até em resistir, só não o fez porque se convenceu, logo, da unanimidade de seus conterrâneos em torno do movimento. Acabou aceitando, então, converter-se de interventor em governador.
Se foi, literalmente, o último a aderir, Pedro de Toledo esteve, também, entre os últimos a aceitar a derrota. Quando a Força Pública já se rendera e as tropas comandadas pelo general Klinger estavam prestes a fazer o mesmo, o governador ainda estimulava a resistência civil à capitulação, que afinal se revelaria inevitável.
O inconformismo de Toledo transparece claramente no último manifesto divulgado pelo governo constitucionalista, com menções à "ausência dos companheiros de lutas cujas armas contra nós se voltaram, referindo-se aos oficiais da Força Pública que o afastaram do poder, no dia 2 de outubro.
Em seu lugar, assumiu o governo o coronel Herculano de Carvalho, numa atitude que atribuiria, em explicações posteriores, à intenção de tornar desnecessária a presença de tropas da Ditadura na Capital, conforme entendimento seu com Góis Monteiro.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo, quinta-feira, 8/7/1932 - Jornal da Tarde, página 7.
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