A vitória do candidato , Júlio Prestes, nas eleições à presidência do Brasil, em 1929, desencadeou um movimento armado, que culminou com a queda do governo. Só que este movimento, conhecido como "Revolução de 1930", representou não só a queda de um governo, mas "a queda do poder hegemônico que a burguesia cafeeira detinha sobre o aparelho do Estado".
Em 24 de outubro, Washington Luís, o último presidente da República Velha, foi substituído por uma Junta Governativa Provisória, integrada pelos generais Tasso Fragoso e João de Deus Mena Barreto e o almirante Isaías de Noronha. No mesmo dia organizaram um novo ministério, do qual faziam parte Paulo Morais de Barros, José Fernandes Leite de Castro, Afrânio de Melo Franco e Gabriel Loureiro Bernardes.
A nomeação deste ministério, bem como as medidas legislativas adotadas pela Junta Governativa demonstravam suas pretensões de permanecer no poder.
Longe da capital da República, mas não alheio ao que nela se passava, Getúlio Vargas, o chefe dos revolucionários, enviou um telegrama à Junta Governativa, logo após a sua posse, com o seguinte teor: "Sou apenas uma expressão transitória dessa vontade coletiva. Membros da Junta do Rio de Janeiro serão aceitos como colaboradores, porém não como dirigentes, uma vez que seus elementos participaram da Revolução quando esta já estava virtualmente vitoriosa".
Se Vargas não deixava bem claras as suas aspirações quanto à chefia do Governo Provisório, o coronel Góis Monteiro, chefe militar das forças revolucionárias, ao enviar um telegrama à Junta, declarava quem o novo governo deveria ter por chefe: o senhor Getúlio Dornelles Vargas. Era a condição para que o estado de beligerância fosse suspenso.
No dia 3 de novembro, às dezesseis horas, o general Tasso Fragoso, membro da Junta Governativa, entregou o governo a Getúlio Vargas. Na condição de presidente provisório, Vargas deu posse, no mesmo dia, ao seu ministério. Um ministério que "não agradou a todos os líderes do movimento revolucionário, mas, é claro que, para contentar a todos os que se julgavam com direito a um posto no Ministério seriam necessárias pelo menos cem pastas. Não obstante, para satisfazer as reivindicações dos mineiros e dos gaúchos, (...) foram criados mais dois ministérios: o da Educação, para o mineiro Francisco Campos (...) e o do Trabalho, Indústria e Comércio, para o gaúcho Lindolfo Collor".
Fonte: PEREIRA, Marcos Aurélio. Revolução Constitucionalista.São Paulo:Editora do Brasil S/A.1989.
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