sábado, 9 de novembro de 2013

Relatos da História IV

A demissão de Laudo de Camargo, em 13 de novembro de 1931, levou a oposição paulista, que até então fizera ataques somente aos "tenentes", a criticar o próprio Vargas.
No entanto, Vargas continuou a manter uma postura ambígua. Não se opunha à reconstitucionalização do país, defendida também pelos seus aliados políticos do Rio Grande do Sul, cujo objetivo imediato era deter o avanço dos "tenentes", uma vez que representavam um perigo de derrubada das suas bases políticas; mas, no segundo semestre de 1931, nomeava novos interventores para vários estados, na sua maioria "tenentes". O próprio Vargas justificou, em carta dirigida a Flores da Cunha, o porquê da nomeação dos "tenentes"; achava-os "idealistas e ilustrados", que, "não pretendendo permanecer no poder, nem pleitear eleições, despreocupavam-se de criar clientelas políticas e visavam somente administrar e restringir despesas". Não era sem razão a aliança de Vargas com os "tenentes", ambos eram favoráveis à permanência da ditadura a fim de efetivar as reformas iniciadas pelo movimento de 30 para, somente depois, realizar uma consulta popular.

Fonte: Pereira, Marcos Aurélio. Revolução Constitucionalista. Editora do Brasil S/A. 1989.

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