Em 14 de setembro de 1932:
De passagem pela cidade, em demanda da estrada para Campinas, verifiquei que a população recebeu conformada a formidável retração para Guaratinguetá. Nas alturas de Jundiaí, o auto do tabelião Giúdice, que nos conduzia, cruzou com o de Potiguara, este com vários subordinados. Iam a São Paulo, desgostosos com os acontecimentos do setor de Campinas. Falei-lhes na ordem que levava para o Coronel Paiva. Ficamos de nos entender depois.
Rodamos. Às 18 horas, pude conferenciar com o Coronel Paiva, no "Q.G." de Campinas, entregando-lhe a carta de Vilabela, a qual ele não teve aliás tempo de ler. Nesse interim, o engenheiro Ulhôa Cintra entrava afobadamente e desfechara-lhe a informação de que Pedreira acabava de ser abandonada pela sua guarnição. "Porém o mais grave era o pânico da tropa, contagiando as posições de todo o eixo do ramal da Mogiana, até Jaguari".
O Coronel transfigurou-se. Sentando-se sobre a mesa, recolheu para dentro dela as pernas. Depois lastimou-se de haver aceitado a direção daquele setor.
As fisionomias franzidas, Mário Leite e o médico Queirós Guimarães, que entraram na rabadilha de U. Cintra, confirmaram a angustiante notícia, ficando logo apurado que o Major José Francisco, da Força Pública, tresmalhara dos voluntários do batalhão de Mato Grosso, dirigido pelo Dr. Antonio Cajado de Lemos e Cap. Lourenço.
A nova derrota circulou rapidamente. A população de Campinas, já muito diminuída, resistiu com dignidade mais esse golpe, que vinha por a sua segurança num risco maior.
Corremos para a estação. No mapa de Mário Rangel, as distâncias entre Pedreira, Arraial de Sousas e Campinas, tinham sido assinaladas a lápis vermelho. Impressionante: Pedreira jazia a 12 ou 14 quilômetros de Arraial dos Souzas. E Arraial dos Souzas era um subúrbio de Campinas...
Havia ainda o recurso das destruições, como obstáculo à marcha do inimigo. Entre Pedreira e Arraial dos Souzas existiam pontes e caminhos de fácil obstrução.